1. |
Sem melodia
02:54
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Nascer, trabalhar, morrer. Não, isso é muito pouco. Não tem que ser só isso. Porque a gente também quer ir pra festa, ainda que ninguém tenha convidado. Há quem diga que se a gente se esforçar, vai poder entrar. Mas isso é só pra ver a gente sonhar. Então a gente sonha. Compra uma roupa cara, em 12 vezes, pega um busão e vai pra festa. A gente dança. A gente acha que dança. Depois a gente percebe que a gente não foi pra curtir. A gente foi pra limpar a sujeira deles, pois não há festa sem sujeira. A gente faz a casa, a gente faz a música, a gente faz a comida e a bebida, a gente faz a porra da própria festa, mas não curte. E se pergunta: a quem a gente está tentando enganar, a não ser a gente mesmo?
A gente faz tudo e não tem nada. Ou tem pouco e se contenta com pouco. Por quê? Porque a gente sonha. Quem sabe na próxima ou na outra.... vida, só se for. Se sonhar não custa nada, acordar custa. Acender a luz custa. Fazer o café custa. Botar o pé na rua custa. Acordar de um sonho e viver no pesadelo custa. E além disso, há quem queira tirar da gente até o que já foi conquistado, pois pra eles, o que é público é gasto. Não, não é. Quando foi que virou utopia querer ter saúde, arte, cultura, instrução, informação, educação, acessibilidade e diversão? Querer garantia de comida, água encanada, tomada, esgoto e wi-fi? Querer trabalhar e ter renda justa? Querer igualdade, equidade, liberdade, participação, autogestão, revolução? A quem a gente tenta enganar a não ser a gente mesmo?
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2. |
Nota de repúdio
02:27
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Uma garrafa de vidro, uma parte de gasolina
Uma parte de óleo de motor, um pedaço de pano
Vamos brindar! Vamos brindar!
O protocolo é tacar fogo e arremessar
Pra quebrar, explodir, esclarecer, iluminar!
Vamos brindar! Vamos brindar!
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3. |
Tecnofobia
02:59
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o futuro chegou e pertence às máquinas
eu só aperto botões, eu não faço nada
elas trabalham pra mim e eu dependo delas
até minhas emoções estão robotizadas
eles me controlam
elas me confortam
elas me conectam
elas me consolam
Ah, as máquinas!
e eu não preciso mais pensar
quem é o escravo
num mundo gerido por dinheiro virtual,
autômatos e sistemas binários?
o futuro chegou e quem tem medo das máquinas?
máquinas de prazer
máquinas de poder
máquinas de narcisismo
máquinas do capitalismo
do capitalismo
máquinas de explorar
máquinas de moldar
máquinas de enganar
máquinas de matar
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4. |
Familícia
02:42
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O 01 racha com a milícia
O 02 manipula no twitter
O 03 fritou para o Olavo
O 04 é transão
Granada!
No colo dos fascistas!
Ainda tem o esfakeado (00)
Messias dos ignorantes
Aparelhando a polícia (00)
Protegendo a familícia (recruta zero)
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5. |
Ócio, ódio, café
02:42
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Todo esse tempo passando serviu pra me lembrar que eu tenho razão
Mas ter razão não basta, é preciso ter raiva
Tô passando raiva e a raiva não tá passando
Tô espumando, não vou me conter
Tô passando raiva e a raiva não tá passando
Tô estourando, eu tô
Todo esse tempo pensando serviu pra fazer mil planos
Fazer planos não basta, é preciso ter raiva
Tô passando raiva e a raiva não tá passando
Tô espumando, não vou me conter
Tô passando raiva e a raiva não tá passando
Tô estourando, eu tô
O amor vai prevalecer
Quando meu ódio vencer o teu
Um pouco de ócio vai bem
Um pouco de ódio também
Eu quero café
Eu nunca mais vou dormir
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Alcoóliques São Paulo, Brazil
Rock de garagem, bêbados, antifa, faça-você-mesmo, música autoral da ZN de São Paulo, desde 2015.
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